Desafios financeiros condicionam equipamentos de radialistas locais
11 NOVEMBRO 2023
António Arede, conceituado locutor, demonstrou preocupação acerca das condições para obtenção de ferramentas de trabalho das rádios regionais e revelou que a aquisição desse mesmo material nem sempre é acessível. Os trabalhadores do setor mostram-se satisfeitos, porém, as dificuldades enfrentadas impactam diretamente o seu trabalho.
por Inês Brás
Enquanto, no passado, os jornalistas utilizavam canetas, cassetes e microfones tradicionais para a realização do trabalho, atualmente, com a evolução das tecnologias, começaram a existir novos dispositivos para cumprir as mesmas funções. Os equipamentos utilizados num estúdio de rádio são essenciais para a produção de conteúdos e têm um período de duração limitado. Por este motivo, é necessária a renovação de materiais para uma boa realização do trabalho.
O antigo locutor da Rádio Renascença, António Arede, referiu que nas empresas em que os locutores têm contratos fixos, a responsabilidade de oferecer materiais é dever da própria empresa, mas para jornalistas freelancers, como é o caso de Arede, a compra de equipamentos próprios é um desafio financeiro, especialmente quando os ganhos não justificam o investimento “como jornalista freelancer tenho de ter os meus próprios equipamentos no estúdio, nesse caso o que ganho não justifica o dinheiro gasto em material”, revelou Arede.
“Não é do jornalismo que pago os equipamentos atuais e as manutenções”
As rádios locais e a imprensa regional são as mais afetadas, pois não existem tantos recursos financeiros como para as rádios pertencentes a grandes empresas e, desta forma, a escassez de equipamentos adequados pode impactar os locutores de diversas formas. Microfones em más condições e dispositivos ultrapassados comprometem a qualidade técnica das transmissões e limitam a inovação e criatividade dos locutores. A falta de recursos modernos também afeta a competitividade profissional, ao dificultar a produção eficiente de conteúdo, o que faz aumentar os desafios para os freelancers.
Arede, que criou estúdios de produção em 1998, em Viseu, ainda revelou que parte do que ganha mensalmente surge de atividades fora do jornalismo, o que torna possível sustentar os investimentos necessários para o progresso da rádio “não é do jornalismo que pago os equipamentos atuais e as manutenções, é através de outras atividades. Não dava para comprar nem meio gravador”, confessou o locutor.
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Estúdio de rádio de António Arede, em Viseu
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Estúdio de rádio de António Arede, em Viseu
