Futebol continua a dominar imprensa desportiva
12 NOVEMBRO 2023
“Não dá para fugir do futebol”
Em Portugal, o futebol continua, sem dúvida, a dominar capas dos jornais desportivos e, por vezes, não desportivos, consolidando a sua posição como uma paixão e prioridade nacional. Desde o início da época 2023/2024, três dos principais órgãos de comunicação social do país - Record, A Bola e O Jogo – dedicaram perto de uns impressionantes 90% dos seus principais conteúdos a notícias relacionadas com o futebol.
por Daniel de Oliveira

Os campeonatos nacionais, em especial a Primeira Liga, mantêm os adeptos em alerta todas as semanas. Com jogos de emoções fortes, rivalidades históricas e a luta do título, as manchetes dos jornais portugueses estão repletas de análises táticas, golos espetaculares e desempenhos dos jogadores. No panorama internacional, a presença dos clubes portugueses em competições europeias como a Liga dos Campeões e a Liga Europa confere uma dimensão global ao interesse dos adeptos. As vitórias e as derrotas destes clubes são cuidadosamente dissecadas, contribuindo para uma cobertura desportiva mais extensa.
O peso do futebol é inegável
O peso do futebol é inegável nas redações dos jornais nacionais. Carlos Eduardo, jornalista responsável pela secção de desporto regional do Jornal do Centro, comenta que "é impossível fugir do futebol, penso que na região e em todo o país é o desporto que mais mexe e interessa aos leitores, não dá para comparar", revelou.
Desde o início da época 2023/2024, três dos principais órgãos de comunicação social do país - Record, A Bola e O Jogo – dedicaram perto de uns impressionantes 90% dos seus principais conteúdos a notícias relacionadas com o futebol.
O jornalista explica ainda a razão da predominância do futebol nos jornais e meios de comunicação social. "O futebol tem um interesse enorme por trás, a todos os níveis desde as equipas das divisões superiores até às distritais, as interações e visualizações são muitas mais neste tipo de publicações, as modalidades infelizmente continuam a ser um nicho", referiu.
No entanto, o próprio jornalista constata um interesse crescente pelas modalidades nos últimos tempos. "O futebol é, de facto, o principal, mas vimos que surgiu um nicho de leitores que já não se identificam com o futebol e se uma ou cem pessoas o lerem, isso é bom", conclui.
O destaque ao futebol é compreensível, dada a sua notável influência na sociedade, onde tanto os adeptos das equipas quanto o desporto em si estão profundamente globalizados e integrados no tecido social. Contudo, é encorajador notar um crescente interesse por outras modalidades desportivas. Numa perspetiva positiva, é evidente que estamos testemunhando uma mudança, e o jornalismo precisa responder a esse desejo dos leitores por uma diversificação de seus interesses desportivos.