Jornalista da RTP dá conselhos a jovens que queiram seguir jornalismo desportivo
12 NOVEMBRO 2023
Em entrevista ao ciberjornal “Autoavaliação”, o jornalista da RTP, João Miguel Nunes, fala do seu percurso académico, e de como se formou enquanto jornalista. O repórter partilhou também alguns momentos marcantes da sua carreira.
por Francisco Jesus

João Miguel Nunes; Jogos Paralímpicos, Tóquio 2020
Jornalista da RTP licenciado em Ciência Política e Relações internacionais na Universidade Nova de Lisboa, João Miguel Nunes revela a sua paixão pelo jornalismo desde que era criança. “Desde pequeno que sempre quis ser jornalista. Na escola, eram-nos dados desafios para fazer teatrinhos, e lembro-me que imitava sempre na mesa da professora a cena do telejornal, eu era o pivô e dava as notícias”, sempre foi diferente dos demais e admite que, “enquanto os outros queriam ser futebolistas, eu sempre quis ser Jornalista”. João Miguel Nunes frequentou o Mestrado em Ciências da Comunicação e uma pós-graduação, estagiou em quatro órgãos de comunicação social, passando pela Sic, Renascença, Expresso e Visão. Mais tarde acabou por estagiar na Antena 1 através de uma tese sobre relato desportivo. Após o estágio ficou a trabalhar na empresa como prestador de serviços e mais tarde foi para RTP, onde continua até hoje.
João Miguel Nunes destaca os “momentos que lhe enchem a alma”. “As narrações que fiz que foram relevantes para Portugal, no hóquei patins e no futsal a nível europeu e mundial, isso foi incrível. A primeira participação nos Jogos Olímpicos, não consigo colocar em palavras a emoção que é acompanhar e reportar a conquista de medalhas olímpicas de atletas portugueses, e por último a participação como repórter no campeonato do mundo de futebol no Qatar”, conclui sobre algumas das experiências vividas.
“O jornalismo tem de ser objetivo e rigoroso”
O jornalista da RTP quando questionado sobre conselhos importantes que poderia dar a jovens que queiram ser jornalistas desportivos respondeu que, “a base é ter cabeça, o jornalista tem de compreender as regras do código deontológico, isso serve para todas as áreas, é transversal. Tem de ser rigoroso, objetivo e narrar os factos com exatidão, é fundamental.” Falando especificamente no jornalismo desportivo, o jornalista diz que acima de tudo, “o jornalista tem de ser conhecedor das regras das modalidades que vai tratar, e como em qualquer outra área tem de estabelecer contactos e encontrar algumas fontes. Mais importante que tudo é a capacidade que um jornalista tem em cumprir o seu papel como tal”. O repórter citou ainda que, ninguém nasce ensinado e falou de um exemplo que experienciou. “Eu nunca tinha feito uns jogos olímpicos e tive que me preparar, conhecer como é que as provas funcionavam, como é que são as viagens e etc.” João Miguel Nunes apela a que os jovens acreditem no jornalismo e que assim como em todas as áreas profissionais, vai haver dias menos bons, mas para não desistirem.
O jornalismo desportivo tem sido alvo de bastantes críticas, é considerado sensacionalista muitas das vezes, João Miguel Nunes discorda e diz que, “o jornalismo tem de ser objetivo, rigoroso e basear-se em factos, falando do meu caso, na RTP nós cobrimos todas as modalidades que Portugal está presente. Eu não gosto muito de entrar nesse debate, porque o público quando critica têm de perceber as opções que têm, e se calhar muitas das pessoas que criticam nem se deram ao trabalho de ir ver o desporto de hoje”, declara João Miguel Nunes.
