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O posicionamento dos jornalistas nas redes sociais

18 NOVEMBRO 2023

Com o aparecimento dos blogues, redes sociais ou comunidades virtuais como o Twitter e Facebook, os jornalistas migraram para estes meios. Face a esta transição, em que posição se encontram os profissionais da área? Devem agir de forma pessoal ou profissional? Qualquer cidadão pode assumir o papel de jornalista? Através de um estudo de Cátia Mateus, ex-aluna da UBI (Universidade da Beira Interior) o “Autoavaliação” procurou a resposta a esta incógnita que divide opiniões e tem sido tema de debate nos últimos anos.

por António Santos

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A plataforma digital Twitter é um microblogue utilizado pelos jornalistas como ferramenta de trabalho (Freepik)

Hoje as redes socias são utilizados pelos jornalistas como ferramenta de trabalho e as plataformas digitais permitem a partilha e garantem a visibilidades de opiniões, ideias, debates, além de romperem com os conceitos geográficos e alcançarem maior dinâmica e amplitude na partilha de informação.

A utilização das plataformas digitais pelos jornalistas tem uma consequência natural, a sua reputação, credibilidade e isenção aos olhos do seu público, se deixar falar o “eu cidadão” antes do “eu jornalista”. 

“A grande questão é se o jornalista terá de responder pela profissão 24 horas por dia, 365 dias por ano. Ao analisar as redes sociais é possível verificar os diversos casos polémicos de jornalistas por posts ou partilhas colocadas nas suas páginas de Facebook ou Twitter. Na maioria destes casos existe um “cunho pessoal” por detrás dos conteúdos tornados públicos”, conclui a ex-aluna.

A vertente da opinião/critica pode constituir ameaças à ética e ao Código Deontológico que rege a profissão. Os jornalistas não são meros utilizadores comuns.

Qualquer cidadão comum pode passar por jornalista?

“O ano de 2010 confirmou ao mundo uma realidade há́ muito conhecida: o exercício do jornalismo e o papel do jornalista no processo de produção de informação mudaram. pela primeira vez em 61 anos, o Prémio de Jornalismo George Polk, atribuído pela universidade americana de Long Island (Nova Iorque), distinguiu um cidadão e não um jornalista”, concluiu Cátia Mateus.

O cidadão tem uma nova capacidade de expressão neste novo contexto de informação, este meio democratizou a comunicação e tornou-a numa esfera pública. O conceito cidadão-jornalista refere-se às pessoas comuns que não são jornalistas de profissão, mas que desempenham um papel ativo na disseminação de notícias e informações.

Este conceito acima mencionado surgiu com as inovações tecnológicas e está acompanhado de diversas opiniões. Muitos jornalistas defendem que o jornalismo praticado pelo público geral “é amador, demasiado subjetivo, parco em qualidade ou abrangência e sem qualquer tipo de regulamentação que assegure o cumprimento das normas éticas e deontológicas que devem nortear a cobertura noticiosa e o processo de informar”, conclui o estudo.

A análise teve em conta plataformas como o Facebook e Twitter que trouxeram novas possibilidades de consumo a um público que hoje não precisa de esperar pela hora do noticiário ou pelo jornal do dia seguinte para estar informado.

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